domingo, 14 de maio de 2017

#Resenha: "Sangue na Neve"


Título: Sangue na Neve

Autor(a): Lisa Gardner

Ano de lançamento: 2013

Editora: Novo Conceito

Nº de páginas: 416



# A história

A policial Tessa Leoni foi detida após matar o seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. Ela estava muito machucada, fato que comprovava a ocorrência. O corpo de Brian ficou estendido no chão da cozinha e a policial não fez questão de fugir ou de arrumar quaisquer justificativas.

A detetive D.D. Warren está diante de um caso aparentemente simples: uma briga doméstica que acabou em tragédia. Bastante comum na sua carreira. O que a intrigava, porém, era que Tessa Leoni tinha capacidade para reagir de outra forma, já que era uma profissional treinada. As coisas se complicam quando D.D. descobre que aquele não era o primeiro assassinato cometido por Tessa.

E Sophie, a filha de seis anos da policial? Onde ela estava no momento do crime? Será que ela presenciou tudo? A experiente detetive encara a investigação em busca da criança desaparecida, ao mesmo tempo em que precisa descobrir se Tessa é a vítima ou a culpada da história.

# Opinião

Em Sangue na Neve, Lisa Gardner convida o leitor a fazer um mergulho na rotina dos policiais. Eu diria que esse livro deve ser classificado como POLICIAL, assim mesmo, tudo em caixa alta. A riqueza de detalhes sobre o trabalho prestado por esses profissionais é o diferencial da história.

Entretanto, é difícil de analisar até onde essa aproximação com a realidade tornou a leitura prazerosa. Visualizar as cenas é um aspecto importantíssimo, obviamente. O que eu achei desgastante foi o excesso. Muitas vezes, a narrativa ficou parecendo uma espécie de “Manual da Polícia”. Isso inclui desde técnicas de luta e de manipulação de armas, até maneiras de treinar cães para encontrar cadáveres. Ficou claro que a autora realizou pesquisas para dar veracidade ao enredo, mas não precisava ser tão didática.

A maioria dos personagens é da polícia e, consequentemente, os diálogos são centrados na realidade da profissão. O vocabulário é um tanto complexo por conta disso. Depois de um tempo, eu fiquei cansado de ler as mesmas palavras e expressões, como trooper, que é uma “patente utilizada por algumas das polícias estaduais nos Estados Unidos que são responsáveis pelo patrulhamento das estradas e têm também todas as atribuições das polícias municipais” (nota de rodapé, p. 10).

Eu não consegui sentir empatia pela personagem Tessa Leoni. A narrativa é intercalada entre o ponto de vista dela (em primeira pessoa) e o da detetive D.D. Warren (em terceira pessoa). Porém, não gostei das partes da Tessa. Achei as lembranças dela falando sobre a filha, Sophie, muito irritantes. Além disso, Tessa é uma incógnita para mim até agora. Desconheço a personagem boba que cantarolava uma música de Natal e depois se mostrava uma mulher-rocha, calculista.

Todos os percalços que a personagem enfrentou serviram como justificativa para a sua “bipolaridade”. Afinal, Tessa é a mocinha ou é a vilã da história? Essa pergunta é o que move o livro. No entanto, o drama dela não me convenceu. Comecei a leitura sem simpatizar com ela e permaneci com a mesma opinião ao longo das páginas.

O final foi previsível. Apresentou um pouco mais de ação, mas nada surpreendente. O rumo que a história iria tomar já era indicado no desenrolar dos acontecimentos. Leitura recomendada para quem gosta muito de thrillers policiais. Eu, particularmente, esperava mais.

# Extra

Sangue na Neve é o quinto livro de uma série com a detetive D.D. Warren. Porém, o “mergulho” realizado separadamente não interfere no entendimento da história. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AGORA QUE VOCÊ JÁ MERGULHOU NA LEITURA, DEIXE O SEU COMENTÁRIO. ELE É MUITO IMPORTANTE PARA O CRESCIMENTO DO BLOG. OBRIGADO!!!

Obs.: comentários ofensivos serão deletados.